sábado, 11 de dezembro de 2010

Ivinho Lopes: tipo exportação










Quando encontrei, no XXIV Psiu Poético - Salão Nacional de Poesia de Montes Claros, com Ivinho Loppes, grande músico brasileiro, me lembrei do que disse o saudoso maestro brasileiro Antônio Carlos Jobim: “a saída para o músico brasileiro é o Galeão”.
Fiquei ali, conversando com Ivinho - que hoje reside na França - artista gentil, inteligente, educado... ao mesmo tempo em que refletia sobre a nossa música popular brasileira. A reflexão, portanto, aumentou quando ouvi seu CD “Lexedenguin”; um trabalho maravilhoso que merece estar tocando diariamente, também, nas rádios do Brasil, pois quem ganharia com isso seria o ouvinte brasileiro.
A voz de Ivinho é livre, suave, consciente, afinadíssima, rouca, prazerosa e lamentadora ao mesmo tempo, relativamente arrastada, caminhando para o melhor do blues universal.
“Lexedenguin” traz uma riqueza de diferentes gêneros musicais, curtida nas raízes do baião, samba, blues, funk, folk, frevo, bossa nova... A facilidade com que esse músico traduz e conduz todos esses gêneros, nas nove faixas do CD, não deixa dúvidas de que ele é um exímio estudioso e conhecedor desses ritmos musicais, expressos com tamanha perfeição.

O que mais me chamou atenção em seu CD foi a primeira faixa: “Agnes”. Vejo contida na mesma, uma rara habilidade, num jogo de poema concreto e no original do rap que resulta num som muitíssimo criativo; nesta, também, achei muito interessante a inclusão incidental da canção: “Papagaio do futuro” de Alceu Valença, participante do Festival Abertura da TV Globo em 1975.
Ressalto, entretanto, que todas as faixas são de excelente qualidade: a faixa 2 – “Olga Maria” – ( “Eu acordei sonhando com a Olga Maria\Dorival Caymi o mar da Bahia (...) carnaval la da Bahia\terno de Reis de folia...”); Muito bacana! É o Brasil presente em, praticamente, todo seu trabalho! Observem um pouquinho da faixa 6 – “Frutas do Sertão”: “Nos caminhos desse lado\afundar pelo serrado\percorrer Buritizeiro\Pirapora, Guacuí\Januária, Montes Claros\São Francisco, São Romão\Na estrada deitar e rolar\chupar frutas do sertão\umbu, manga, melão\caju, araçá, aití\(...)”. A faixa 4 – “Pequenina” – é agradável sentimento, traz um pouquinho de francês, um charme! “Apague a Luz”, faixa 5 é uma obra prima, uma verdadeira poesia, linda! Traz metáforas muito bem construídas; juntamente com uma melodia maravilhosa. “Quem mora no mato”, faixa 6, também é uma poesia, um lirismo cheio de ternura e ecologia, nesta o violão e a percussão soam com muita alma. “O xamego”, faixa 7, é uma brincadeira dançante, muito interessante, alegre e cheia de ritmo e swing. “Coração Amaro”, faixa 8, dedicada a Caetano Veloso, uma homenagem muito bem merecida.
A faixa 9,” Lexedenguin”, título do CD é regionalismo puríssimo, um xote brasileiro de quem vivencia, para saber cantar do que está falando. Uma musicalidade que faz a emoção vibrar e o corpo todo remexer. Conclusão: um trabalho singular, de qualidade indicutível!

Cinco, das nove faixas são de autoria exclusiva de Ivinho Loppes. Exceção apenas para “Apague a luz”, parceria com Marcílio Diniz e Sérgio Fantini; “O xamego”, autoria de Zé Cavalo Véio; “Coração Amaro”, parceria com Márcio Levy; e “Lexedenguin”, parceria com Inácio Loiola e Juniô Assurua.

Ivson Roberto Lopes, o Ivinho Loppes é cantor, compositor e performer brasileiro. Sempre acompanhado por seu violão, ele se apresentou em vários lugares que vão desde o Teatro João Gilberto, em Juazeiro\BA ao grande teatro do Palácio das Artes em Belo Horizonte\MG, mas também em festivais, projetos culturais em diversas universidades, feiras e bares nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Distrito Federal, Rio de Janeiro e em muitos outros, onde se apresentou ao lado de talentosos músicos brasileiros. Sua música está enraizada na mistura de diferentes gêneros musicais, como samba, baião, blues, rock, funk, os ritmos folk, bossa nova, frevo e marchinhas. Já abriu shows de Zé Ramalho, Sá Guarabira Trio Virgulino, Beto Guedes, Marku Ribas e Nando Reis. Hoje vive em França e tem realizado concertos em Zurique e Genebra, na Suíça. Também mostrou sua música na exposição brasileira de pintura no ateliê de Jacques Charrier (ex-marido de Brigitte Bardot), em Paris e na inauguração da primeira exposição mundial "Os Cangaceiros", em Montpellier, Gala VI Congresso Europeu de Acarologia do castelo para Vérargues Pouget. Também se apresentou em eventos e apresentações populare brasileiras com a boneca de pano de tamanho humano Nega Maluca. Já percorreu vários países europeus: Bélgica, Alemanha, Áustria, Holanda, Espanha, Suíça, Eslováquia, Itália, Luxemburgo e Portugal.
“Lexedenguin” foi produzido e dirigido musicalmente por Ivinho Loppes e Marku Ribas, com arranjos da dupla, tendo a participação dos músicos Marku Ribas, Eduardo Machado, Sérgio Silva, Caxi Rajão, Valtinho, Giuliano Fernandes, Cláudio Stalino, Guilherme Bahia, Márcio Levy, Wanderson lopes e Anderson Oliveira.

Respeitado pelo seu talento em seu país de origem, o músico\compositor e intérprete Ivinho Loppes hoje é respeitado, também, em outros países, onde o seu trabalho é divulgado.


“Lexedenguin” é um trabalho fonográfico para quem tem sensibilidade e gosta de música de qualidade. Contatos com Ivinho Lopes: ivsonloppes@yahoo.fr

3 comentários:

  1. Bonjour,vc não sabe como sou grato e muito mais honrado com a sua sabia reflexão meu caro poeta Rogerio Salgado.Acordar numa manhã fria e melancolica de inverno europeu e dar de cara no ecran com a suas palavras foi o melhor bonjour,balsamo benigno,puro banho de endorfina e sais minerais no seio da minha motivação.O cerne.
    Muito obrigado de coração!

    Ivinho Loppes

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  2. Fabuloso Rogério Salgado!
    Ivinho Loppes é este artista genuinamente brasileiro que encanta com sua arte e sua forma de ser...ficamos todos apaixonados por sua musicalidade e talento!
    Salvas ao artista!!!

    Dá-le grande Ivinho Loppes!!!!

    ...envia um link com algumas de tuas canções... para que possamos matar saudades de te ouvir!
    beijão

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  3. Salve Ivinho! Tive o prazer de conhecer este artísta impar no último Psiu Poético. Amei seu trabalho. Abraços.

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